Jeyuk Bokkeum – Bulgogi de porco picante

Porco envolvido e salteado em molho gochujang: um prato doce e picante, perfeito para o churrasco coreano! 

Se gostou da minha versão de porco caramelizado, também vai render-se à receita que lhe proponho desta vez: o Jeyuk Bokkeum.

Rumo à Coreia e às suas pérolas culinárias, com um prato de notas adocicadas que, ainda assim, não perde caráter… 

O que é o Jeyuk Bokkeum? 

Já tínhamos falado do churrasco coreano como uma prática bem diferente daquela a que chamamos churrasco por cá… E o Jeyuk Bokkeum faz parte do círculo restrito dos melhores pratos servidos nos churrascos coreanos.

Alguns já lhe serão familiares, como o Bulgogi, o samgyeopsal, o Bibimbap, o Tteokbokki ou o Kimchi… e isto sem esquecer os inúmeros banchan para acompanhar tudo.

Agora é a vez do Jeyuk Bokkeum. Mas afinal, o que é, concretamente? Em resumo, o Jeyuk (제육볶음), também conhecido como dweji bulgogi (돼지불고기), é porco marinado e picante.

São pedaços de pá ou de barriga de porco finamente fatiados e salteados num molho gochujang adocicado e temperado com gochugaru. Conhecemos o caráter arrojado da cozinha coreana, que encontra um equilíbrio perfeito entre doce, salgado, picante e umami; não é por acaso — eis a prova.

Ficam, pois, avisados os palatos mais habituados. Para os restantes, com papilas (demasiado) sensíveis, abstenham-se! 

De onde vem o Jeyuk Bokkeum? 

O Jeyuk Bokkeum será originário da região de Gyeongsang, na Coreia do Sul. Ainda assim, não se consegue datar ao certo o seu aparecimento.

Diz-se apenas que um pequeno restaurante de Seul terá reavivado a sua popularidade em meados dos anos 80 ao incluí-lo na ementa.

Isso não foi, ao que parece, um obstáculo à sua popularidade no estrangeiro — o Jeyuk Bokkeum conquista muitos adeptos por todo o mundo. 

E, já agora, se tem dificuldade em pronunciar o nome, na Coreia atribui-se-lhe um significado muito específico. O termo “jeyuk” traduz-se por “porco” e “bokkeum”, por sua vez, quer dizer “salteado”. Nada mais claro — estamos de acordo.

Nos restaurantes de churrasco coreano, serve-se num prato quente, com arroz branco ou folhas de alface para embrulhar. 

Os ingredientes principais do Jeyuk Bokkeum

O porco: por vezes usa-se pá de porco; pessoalmente, prefiro a barriga. É uma parte bastante tenra que ficará muito suculenta, sobretudo com a marinada. 

As sementes de sésamo: como guarnição, com cebolos, são mesmo a cereja no topo do bolo. Juntam crocância, o travo a fruto seco do sésamo e um toque de frescura. Aliás, se os cebolos o conquistaram, recomendo-lhe o meu óleo de cebolos. 

O gochugaru: deve dizer-lhe algo se é fã da cozinha coreana. Encontra-se, aliás, nos Yachaejeon e no Kimchi. É um pó de malagueta que oscila entre a doçura e o picante, sem chegar a ser demasiado agressivo!

O gochujang: aí está, o segundo indispensável da cozinha coreana. O gochujang é precisamente a pasta feita a partir do gochugaru. Com o gochugaru, fazem a dupla perfeita. Um verdadeiro game-changer! 

O molho de soja claro: ainda que já haja mel, açúcar, óleo de sésamo e mirin na marinada, o molho de soja vem reequilibrar a mistura com um toque salgado. 

O mirin: traz toda a doçura da marinada. Poderíamos dizer que é semelhante ao saké em termos de sabor, mas mais doce. O mirin carameliza e laqueia o alimento que acompanha; sobretudo no caso da carne. É o que acontece, por exemplo, com as espetadas Yakitori.